Rua Escura
(Autor)
Fundada por André Gil Mata, Frederico Lobo, João Vladimiro, Luís Palito
A Rua Escura é uma cooperativa de produção de filmes formada em 2020, na cidade do Porto. André Gil Mata, Frederico Lobo, João Vladimiro, Luís Palito são as pessoas que a fundaram, com a vontade de colectivamente enfrentarem as adversidades dos nossos tempos e produzirem e realizarem filmes, os seus e os dos seus cúmplices que, há mais ou menos tempo, se foram aproximando. Os caminhos que traçaram individualmente, apesar de nem todos os seus filmes terem sido auto-produzidos, levaram à criação de percursos enquanto produtores que agora se unem nesta Rua Escura. Foram caminhos que se foram tocando, quer no próprio trabalho nos filmes uns dos outros, quer no encontro dos seus filmes, primeiro no lugar onde se conheceram (a cidade do Porto), depois em vários pontos do mundo. Os filmes de João Vladimiro, Frederico Lobo, Luís Palito e André Gil Mata cruzaram-se por festivais como o FidMarseille, Viennale, Mar del Plata, Dokufest, Vila do Conde ou no Seminário Doc’s Kingdom. Estes pontos de intersecção não parecem ser casuais, nem aleatórios. Foram lugares que levaram a um vértice que facilmente definiu um desejo de seguir, agora juntos.
Em 2022, a este grupo junta-se Cláudia Ribeiro, uma jovem realizadora, cuja forma de fazer filmes se cruza com as vontades Rua Escura, na sua ligação entre a realização e a produção.
São, portanto, realizadores /produtores que juntos formam uma cooperativa de produção cinematográfica, porque faz parte da sua forma de pensar e fazer filmes não separar as várias peças que se movem na construção desta forma de expressão. E, porque acreditam que o desejo de viver no Porto não deve ser um entrave para continuar a fazer cinema, mas sim uma força para desafiar novas formas, novas configurações da montagem de produções, com novos parceiros com cujas dinâmicas se interceptam. Abrir uma produtora de cinema no Porto, não como uma forma de confronto ao centralismo português, mas como um alargar do alcance do cinema em Portugal, fortalecendo uma ligação com outras produtoras portuguesas para que se sintam mais acolhidas ao filmar aqui, com mais estrutura, mais condições e alicerces erguidos. Desta forma, esperam poder expandir horizontes com vistas sobre o norte e o centro do país, as suas populações e estruturas existentes, esbatendo a fronteira entre criador e espectador, tornando a geografia do cinema numa forma de aproximação e cruzamento entre mundos distantes.
Entre as actividades da Rua Escura está “A Nebulosa”, um curso livre de cinema que vai buscar ao passado cineclubista — de encontro de amadores de cinema — as suas bases principais, abrindo espaço a toda a comunidade para a possibilidade da aprendizagem do cinema, tornando este o núcleo para a convivência, intervenção social e desenvolvimento artístico, intelectual e sensorial dos participantes. O curso tem duração de três meses e dele resulta uma curta-metragem colectiva realizada em 16mm.